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Não é raro os evangélicos olharem com desdém aos supersticiosos que confiam em objetos e comidas para trazer sorte no Ano Novo. Entretanto, muitas vezes fazemos exatamente a mesma coisa, e sem perceber, nos deixamos iludir por outros poderes, e buscarmos a solução dos nossos problemas em outras fontes.
Daí, substituímos o tempo de oração e leitura da Palavra por coisas mais “práticas” e objetivas. Ao invés de buscarmos uma direção diretamente com o Espírito de Deus, achamos mais fácil se aconselhar com o pastor, buscar uma palavra profética com algum “vidente” poderoso, assistir ao DVD de um bispo conhecido, ler livros de auto-ajuda dos grandes gurus do mundo gospel, e assim por diante.
Não sou contra buscar orientação com nossos líderes espirituais, que conhecemos e em quem confiamos. Isso inclusive é uma prática bíblica e bastante aconselhável. A própria Bíblia diz que “Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam” (Pv 15:22). O problema é quando depositamos toda a nossa confiança em conselheiros humanos, e nos esquecemos do nosso principal Conselheiro, que é Cristo.
Deus está nos chamando para nos voltarmos para Ele. Cantamos alegremente: “Reina em mim com o teu poder, sobre os sonhos meus, sobre o meu pensar, tudo o que eu falar, vem reinar em mim, Senhor”, e é tempo de colocarmos isso em prática no nosso dia-a-dia. Buscar o Senhor e seu Reino em primeiro lugar, e não apenas quando todos os demais recursos tiverem se esgotado.
Tenho pensado muito sobre isso, e procurado não me perder em meio a tantos discursos, pensamentos, doutrinas e estratégias no meio evangélico. Simplicidade e essência têm sido o alvo da minha vida cristã. E, nessa questão, Deus sempre me leva a meditar em três atitudes fundamentais que precisamos exercitar na nossa vida. Talvez as três atitudes em que se resume a vida cristã. São elas: a fé, a esperança e o amor.
A Palavra de Deus, quando se refere à diversidade dos dons e ministérios na Igreja, enfatiza: “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” (1 Co 13:13). Entendo neste texto que, mediante tudo que somos e fazemos como cristãos, o importante é guardar a fé, a esperança e o amor.
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FÉ – Tudo começa na fé! Quando uma pessoa aceita Jesus na sua vida, ele nasce de novo, graças à fé. Sem fé, é impossível agradar a Deus. A verdadeira fé se confessa com a boca, com o coração (Rm 10:9-10), e é acompanhada de obras (Tg 2:14-26). Que obras são essas? Atitudes que refletem a sua fé. Por exemplo: se você diz que crê que Deus ouve orações, mas não ora, então você não tem fé. Se você diz que crê que a Bíblia é a Palavra de Deus mas não lê a Bíblia, então você não tem fé. Se você diz que crê que confia em Deus mas não obedece seus mandamentos, então você não tem fé. Jesus é o autor na nossa fé, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus.
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ESPERANÇA – A esperança provém da fé (Gl 5:5) mas, ao contrário da fé, na esperança não há certeza. Não temos apenas “esperança de irmos para o Céu”, temos certeza, pois confiamos nas promessas de Jesus. Então, qual a importância da esperança? Porque é ela quem nos dá força para não desistirmos, alimenta a nossa alegria e nos ajuda a enfrentar as dificuldades. Aliás, Deus nos diz que são as tribulações que produzem em nós a esperança. Veja o que está escrito em Romanos 5:3 e 4 “…sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança”. Todos nós desejamos um ano abençoado, próspero, feliz, com muita harmonia, dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender, etc… Mas Deus, em sua misericórdia, permitirá que tenhamos tribulações, mas para cada problema Ele dará também o escape, a força, a solução.
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AMOR – O amor é a essência de tudo. Nele se resume todos os mandamentos: “amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. A fé e a esperança operam pelo amor (Gl 5:6 e Rm 5:5). Deus nos desafia a amarmos não a bens, a nossa casa, a nossa profissão ou qualquer outra coisa do gênero. Deus nos convida a amá-lo e também a amar todas as pessoas. O amor é a marca do discípulo. Não é conhecimento, não é roupa, não é vocabulário, mas o amor.
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Meu desejo para todos nós no ano que está por vir e também para todos os demais até a volta de Jesus Cristo, é que não percamos o foco. Que não nos deixemos confundir pelo avanço da ciência, da tecnologia e do humanismo. Mas, como os cristãos da igreja de Tessalônica no primeiro século, nos concentremos em manter a fé, a esperança e o amor. Simples assim 🙂 !
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“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses… Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Ts 1:1-3
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Márcia Cristina Rezende
Bacharel em Teologia e Educação Religiosa
Marília/SP
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