Entre a cruz e a carne

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Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne
Gálatas 5:13

CRAVOS CRUZ

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Impressionante como o ser humano é o mesmo, desde o início dos tempos. A carta do apóstolo Paulo aos gálatas, mostra seu espanto e admiração por ver a igreja tão rapidamente abandonando a essência do Evangelho para ceder às vontades da carne. Hoje também é assim.

Imagine a cena: centenas e milhares de pessoas se amontoando sedentas à beira de um lago, forçando o cordão de isolamento feito pelos seguranças. E,   entre acotoveladas e empurrões, na primeira oportunidade furam esse isolamento para saciar sua sede no lago. Detalhe: as águas do lago são venenosas, fétidas, insalubres…

É assim que tenho visto várias pessoas agindo hoje em dia. Estão na igreja, mas ao invés de saciarem sua sede na Fonte de Água Viva, ficam à espreita, buscando uma oportunidade de satisfazer os desejos da carne, sem se darem conta do perigo que isso significa.

A grande maioria das igrejas hoje são “liberais”, no sentido de não mais imporem sobre seus membros um fardo de exigências, usos e costumes: a famosa lista dos “não pode”.

Diante disso, cada vez mais, vemos as pessoas literalmente ansiosas por uma brecha, por menor que seja, para justificar suas atitudes:

– Ah, não é pecado assistir televisão?! Que bênção, então agora eu sou livre para acompanhar A Fazenda, BBB, novelas, filmes pornôs e tudo mais…

– Ah, não é pecado beber, só se embriagar?! Que bênção, então agora eu sou livre para tomar vodca e beber minha cervejinha tranquilamente…

– Ah, não é pecado usar saia acima do tornozelo?! Que bênção, então agora eu sou livre para usar a mini-saia do jeito que eu quiser…

– Ah, não é pecado ouvir música secular?! Que bênção, então agora eu sou livre para ir a todos os bailes funk junto com a galera…

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E assim caminhamos por um vida cristã cada vez mais regalada e fria. Sem compromisso, sem comprometimento, sem sacrifícios, sem cruz. E, de maneira bastante cômoda, nos esquecemos das palavras de Cristo: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Mas estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida! E poucos são os que a encontram.” (Mt 7:13-14).

No sermão da montanha (capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de Mateus), Jesus expôe o perfil que Ele espera encontrar em cada servo seu, contrapondo seus ensinos aos ensinos da Lei.  Aquele que está EM CRISTO, é constrangido por seu amor, escolhe amar o que Deus ama e aborrecer o que Deus aborrece. Seu deleite está no Amado, seu prazer está em adorá-lo, e seu maior propósito na vida é alegrar o Seu coração.

Esta busca incessante por satisfazer a vontade de carne e continuar vivendo uma vida de intimidade com Deus é insana. Não se pode servir a dois senhores. “Por isso vos digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne” (Gl 5:16). Entendeu, ou quer que eu desenhe?

Aquele que bebe a cada dia das águas do Rio da Vida, não perde tempo buscando “brechas” para poder tomar um gole de água insalubre. Pense nisso!

“DISSE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por amor de mim, a encontrará.” Mateus 16:25

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Ser Igreja

Márcia Rezende

Bacharel em Teologia e Educação Religiosa

Marília/SP

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Permitida reprodução e distribuição sem fins lucrativos

mediante citação da fonte e autoria.

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